Seu Olívio Ghellere, farmacêutico pioneiro de Nova Santa Rosa

Em memória de Fioravante Olivio Ghellere, referência incontornável de cuidado na história de Nova Santa Rosa.

 Farmacêutico por vocação e por ofício, construiu ao longo de 53 anos um legado que se confunde com a própria trajetória do município: 

Trabalho silencioso, atenção genuína às pessoas e compromisso inabalável com a saúde comunitária.

Formou-se como oficial de farmácia em 1953, em Santa Catarina, onde atuou com dedicação até 1969, quando decidiu vir para o Paraná, em 1970 abriu a primeira farmácia no interior de São Miguel do Iguaçu, no ano seguinte,1971, se mudou para Alto Santa Fé onde inaugurou a conhecida Farmácia Santa Fé, estabelecendo o primeiro serviço farmacêutico do município, ainda antes da emancipação, e consolidando-se como seu primeiro farmacêutico.

Em 1980, abriu a farmácia na sede de Nova Santa Rosa, que permanece em atividade até hoje — um marco de continuidade e presença a serviço da comunidade.

Na rotina de Nova Santa Rosa e de Alto Santa Fé, a farmácia do Seu Olívio tornou-se sinônimo de cuidado.

Moradores o procuravam pela competência técnica e pela extrema confiança que inspirava: ele escutava com atenção, acolhia cada caso e orientava com clareza os passos adequados, oferecendo suporte humano e acompanhamento próximo às famílias.

 Esse modo de atender, firme e generoso, fez do balcão um ponto de referência em saúde por décadas.

Reservado por natureza, Seu Olivio preferia ajudar no anonimato.

Era o tipo de profissional que, segundo familiares e pessoas próximas, “estava sempre de plantão, dia e noite” — não porque o relógio exigisse, mas porque a consciência do cuidado não se limitava ao horário comercial.

Para quem conviveu com ele, a farmácia nunca foi apenas um endereço; foi um ponto de acolhimento, escuta e orientação.

O que marcou sua trajetória não foram gestos grandiosos, mas a constância:

abrir as portas todos os dias, conhecer pelo nome quem chegava, compreender cada relato e responder com serenidade e precisão.

Essa soma de pequenos atendimentos, ao longo de décadas, ergueu uma obra de impacto profundo na saúde local — o tipo de legado que se mede na gratidão de uma comunidade inteira.

Da pequena farmácia do interior nasceu um legado que ultrapassou o balcão e ganhou novos horizontes.

Filhos e netos seguiram a vocação do cuidado e se espalharam por diferentes frentes da Farmácia — dispensação, análises clínicas e manipulação farmacêutica —, atuando tanto em Nova Santa Rosa, Toledo quanto no litoral de Santa Catarina, entre outras áreas.

Alguns já profissionais, outros em formação, todos carregam o exemplo que Seu Olivio semeou: compromisso, estudo contínuo e serviço às pessoas.

Esse legado vivo, que atravessa gerações e territórios, é hoje um dos testemunhos mais claros do impacto que ele deixou na comunidade.

Em vida, Olivio manteve a discrição como virtude e a presença como promessa. Foi marido dedicado e pai presente.

A família registra um agradecimento especial à esposa Lurdes, ao filho Luka, e à nora Karla, que estiveram ao seu lado em todos os momentos e nunca mediram esforços para auxiliar.

“Viveu mais de 53 anos dedicados à farmácia e à família” não é apenas uma frase; é o retrato fiel de sua rotina e de seus valores.

Discreto no reconhecimento e incansável na prática, Fioravante ajudou a escrever capítulos importantes da saúde local desde os tempos anteriores à emancipação do município.

Seu nome permanece associado ao pioneirismo, mas principalmente a uma ideia simples e poderosa:

Cuidar das pessoas com seriedade, respeito e constância.

Foto: Arquivo Famíliar.

Fonte: Portal Nova Santa Rosa.