Pedido de impeachment de Lula por fala contra Israel tem apoio de 122 deputados



Com apoio de 121 parlamentares, a deputada Carla Zambelli (PL-SP) afirmou que protocolará nesta quarta-feira (21) o pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por comparar o assassinato de civis em Gaza ao Holocausto.

O protocolo ocorreria nesta terça-feira (20), mas foi adiado para tentar superar o recorde de apoios de parlamentares em um pedido de impeachment – de 124, contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), mas que não foi levado adiante na época.

Lula afirmou que o assassinato de civis em Gaza pelo governo de Israel só foi equivalente ao Holocausto realizado pelos nazistas contra o povo judeu. A fala, no domingo, provocou reações da oposição no Brasil e até de parte da base aliada, além de crise diplomática entre o governo brasileiro e Israel.

Zambelli diz que Lula cometeu um crime de responsabilidade ao “cometer ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo o país ao perigo da guerra ou comprometendo-lhe a neutralidade”. “Se Israel está lutando contra o terrorismo, e Lula está contra Israel, ele está mostrando para o mundo terrorista que eles são bem-vindos aqui”, disse.

O anúncio sobre o protocolo ocorreu ao lado de dezenas de deputados, parte deles filiados a partidos da base aliada, mas que individualmente fazem oposição ao PT. São integrantes de PP, PSD, MDB e União Brasil que não concordaram com a adesão de seus partidos ao governo.

O início do impeachment depende do aval do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que precisa ver justa causa para abrir o processo. Ele não comentou até agora as falas do presidente. Para o afastamento do presidente e envio do processo ao Senado é necessário o apoio de 342 dos 513 deputados.